Uma das maiores dificuldades para qualquer um que procura iniciar um novo empreendimento é conseguir apoio, principalmente apoio financeiro.
Por isso, meu objetivo é listar algumas opções existentes no mercado (excluindo a opção da sociedade) para que você possa superar esse que quase sempre é o mais difícil e o primeiro obstáculo de qualquer empreendedor.
Amigos e Família: Essa é uma das opções mais usadas. E normalmente a fonte é aquele tio aposentado que possui uma boa grana guardada e que você mantém um bom relacionamento, é aquele incentivo que os seus pais querem te dar para que você comece a andar com as próprias pernas, ou até mesmo aquele seu velho amigo que não se importaria em te ajudar a tocar seu novo projeto pessoal.
Mesmo sendo uma alternativa relativamente acessível, barata (pois a dívida não é corrigida através de altas taxas de juros) e a mais comum, vale um alerta: tudo precisa ser muito bem combinado e formalizado. Mesmo sendo uma pessoa de confiança, misturar negócios com parentes e amigos nem sempre funciona. Infelizmente é muito comum as relações ficarem comprometidas depois de um empréstimo, principalmente quando as datas e formas de pagamento não ficam claras entre as partes. Assim, o ideal é que tenha um contrato, estipulando as datas, as formas de pagamento e as taxas de juros a serem pagas. Afinal, negócio é negócio!
Crowdfunding: O crowdfunding é aquilo que chamávamos de "vaquinha" antigamente, ou seja, trata-se de um financiamento coletivo onde várias pessoas resolvem contribuir financeiramente com um projeto com o qual se identificam e gostariam de vê-lo funcionando. Geralmente ele é feito através de alguns sites especializados na internet (Catarse, Kickcante, Vakinha...). Como não há limite de participantes para a "vaquinha", as contribuições começam com um valor bastante acessível, o que aumenta o potencial de participação e o sucesso da campanha.
Mas se liga! Quando as pessoas apoiam um crowdfunding, elas normalmente recebem algo em troca. É uma forma de a empresa que fez a campanha agradecer pelo apoio financeiro que foi dado. Esse algo pode ser em forma de produtos ou serviços, ou em alguns casos até mesmo uma parcela de participação da empresa como recompensa.
Empréstimo Bancário: Esta é a opção mais clássica e talvez a primeira que vem à cabeça de muitos novos empreendedores quando buscam recursos financeiros. Mas não se engane, ela também é a mais cara pois os juros cobrados costumam ser muito altos, já que normalmente novos empreendedores não conseguem oferecer garantias muito altas para as instituições financeiras em troca desse dinheiro. E iniciar um negócio já com uma dívida alta baseada em juros altos, não é nem um pouco recomendado. Bancos de fomento como o BNDES e bancos públicos como o Banco do Brasil, além de instituições privadas como o Santander, Itaú e Bradesco, costumam ter linhas destinadas a empreendedores tanto para aqueles que estão abrindo um novo negócio, quanto para aqueles que necessitam de capital de giro.
Investidor-Anjo: Se você não pretende misturar negócios e família, acha muito arriscado partir para o crowdfunding, e tem pavor de juros bancários, uma alternativa é encontrar um ou mais investidores-anjo. Investidores-anjo usam seu capital próprio para investir em novas empresas que tenham alto potencial de crescimento e que sejam promissoras. Geralmente são empresários, executivos e profissionais liberais experientes, que agregam valor para o empreendedor com seus conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos além dos recursos financeiros.
Existem algumas organizações no Brasil que são especializadas em conectar empreendedores com investidores-anjo. Mas assim como no caso das aceleradoras, muitos investidores-anjo ao emprestarem dinheiro para as novas empresas deixam em aberto a possibilidade de transformar essa dívida em uma futura participação no negócio. Então, quem não está a fim de ter sócios em algum momento no futuro deve prestar bastante atenção neste ponto na hora de assinar o contrato. O lado bom é que muitos desses investidores, além de sua experiência prévia, já emprestaram seus recursos para outras empresas ou são sócios de várias delas, o que pode agregar know-how ao seu novo projeto, aumentando suas chances de prosperar.
Incubadoras: Se a sua ideia de negócio for uma startup, ainda está prematura e precisa ser lapidada antes de receber um aporte financeiro, é possível fazer isso dentro de uma incubadora. As incubadoras são ligadas a instituições de ensino e universidades que apoiam os empreendedores novatos. Dentro de uma incubadora, o empreendedor iniciante tem acesso facilitado ao financiamento e captação de recursos necessários para as diversas fases do desenvolvimento de uma empresa, pois as incubadoras costumam ter um vasto networking que conecta a empresa aos investidores e programas governamentais de financiamento. Também as incubadoras vão te oferecer a estrutura e o conhecimento mínimos necessários para os primeiros passos da sua nova empresa. Sem dúvida, isso representa uma ajuda importante para quem está começando a entrar no mundo do empreendedorismo e ainda não está habituado a ele. Mas fique de olho, é importante a preparação antecipada antes de procurar essa modalidade, pois cada incubadora tem suas regras, preferências e processo de seleção próprias.
Aceleradoras: As aceleradoras são uma espécie de evolução das incubadoras. Elas escolhem startups com grande potencial de crescimento, e justamente por isso, aceleradoras buscam startups escaláveis (e não somente uma pequena empresa promissora). As aceleradoras oferecem apoio financeiro, estrutura, consultoria, treinamento, um local para trabalhar e acesso a redes de contato a que dificilmente teriam acesso, como investidores e grandes empresas. Em contrapartida a aceleradora terá uma participação no capital da sua nova empresa até o desinvestimento, que é quando sua participação é vendida para investidores ou empresas. Ser escolhido por uma aceleradora muda a vida de qualquer startup, sem dúvida. O problema é que o processo de seleção é muito concorrido e somente alguns modelos de negócios são mais interessantes para a aceleradora. Geralmente, são muitas empresas para poucas vagas e o novo empreendedor muitas vezes não tem tempo a perder ajustando seu modelo de negócio e participando de processos tentando entrar em uma aceleradora.
Capital Semente: A lógica do capital semente é a mesma do investidor-anjo. A diferença é que o investidor-anjo é uma pessoa física, enquanto o capital semente vem de uma pessoa jurídica, através de um fundo de investimento, por exemplo. Neste caso, as empresas que o capital semente foca estão ainda em estágio inicial, mas em um momento mais avançado. Eles focam nas empresas que já possuem uma estrutura, clientes, produtos definidos etc. Ou seja, normalmente investem em empresas que não são mais uma ideia ou plano no papel, mas que ainda dependem de recursos de terceiros para se estabelecerem no mercado.
Fintechs: Estas novas empresas acabam sendo uma excelente opção para quem quer empréstimos, capital de giro e recursos financeiros para novos projetos fugindo de juros altíssimos e da burocracia. Com plataformas inovadoras e aplicativos intuitivos, muitas fintechs tem surgido no mercado com excelentes condições de empréstimos, taxas de juros atrativas (bem inferiores à média padrão da rede bancária), prazos personalizados e processos com muita privacidade e segurança.
Como sugestão, existem duas empresas em especial que recomendamos pela segurança, solidez e por possuírem a melhores taxas de juros do mercado que são a Nexoos e a Biz Capital.
O Papel Profissional
Acima de tudo, é muito importante que procure uma ajuda profissional, para que tenha um bom diagnóstico da sua situação e qual é a sua real necessidade através de um planejamento financeiro ou até mesmo por meio de um bom plano de negócios.
Uma boa consultoria, não só vai te ajudar a definir de forma mais certeira qual a melhor opção de empréstimo para seu caso, mas também te ajudará a saber o quanto realmente é necessário e quando e como poderá arcar com os novos compromissos financeiros.
O plano financeiro ou o plano de negócios normalmente são pré-requisitos necessários para acesso às principais linhas de crédito do mercado, pois vai dar maior credibilidade ao seu projeto e mais segurança para a instituição que está emprestando capital, sendo assim fundamentais para todo mundo que pensa em iniciar ou está inciando um novo negócio.
Sobre o autor: Luiz Mar é Administrador graduado pela UFPR, com MBA em Direção Estratégica e Pós-Graduação em Finanças Empresarias. Criador do Empoderamento Financeiro onde ensina Inteligência Financeira e Investimentos, é profissional da área financeira e há mais de 15 anos trabalha com planejamento financeiro na Mondelez Internacional. Na Update Consultoria, onde é sócio por mais de 5 anos, ajuda empreendedores e profissionais com treinamentos, investigação apreciativa, plano de negócios, plano financeiro, estratégia e finanças pessoais.
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